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Posted by : Shiny Reshiram
20 de abr. de 2023
Escrevendo pelas palavras é uma compilação de exercícios que visam desenvolver a minha escrita criativa e consistem, basicamente, em selecionar uma ou mais palavras aleatórias, escrevendo um pequeno texto baseado nestas.
Para saber mais da proposta deste quadro no blog, e conferir a lista completa de todos os exercícios ou excertos publicados até corrente data, clique aqui!
19 de Dezembro de 2022
Pontual || Derrubar || Geleira
Ryme odiava andar por todos os passeios que iam com a maldita geleira atrás das costas, mas a sua irmã mais velha sempre fazia questão de encher tal arca com bastante gelo e latas de refrigerante para usufruírem da viagem o melhor possível, mesmo que, no final das contas, nunca bebessem metade daquilo.
''Vai que algum dia encontremos algum velho conhecido pelo caminho que queiramos brindar'', era a desculpa esfarrapada que sua irmã sempre utilizava, e apesar de saber que nunca acontecia nada daquilo, lá se encontrava outra vez a contemplar a Ryme que é no espelho a engolir o Tadbulb.
Pousou a caixa térmica no chão, e apoiou-se nela fazendo desta seu acento, limpou umas gotas de suor que lhe escorriam pela testa. Abriu e retirou uma garrafa com água, a única que encontrara entre o gelo, e refrescou-se. Olhou para a estrada, analisando a silhueta da sua irmã quase a desaparecer no horizonte entre os campos verdejantes. Ryme não sabia como Tyme conseguia caminhar tão rápido debaixo de tamanho sol abrasador. Os raios daquela tarde encontravam-se tão intensos que em pouco tempo bronzeavam a pele, sua sorte é que não se esquecera de trazer o protetor solar.
As vezes sentia-se ofendida pela irmã não ter qualquer dignidade em esperar por ela, mas sabia bem da obsessão que ela tinha por horários e metas a cumprir. Tyme não podia chegar atrasada a nenhum compromisso por nada.
Ryme deu mais uns goles na garrafa, apreensiva. Tinha que se apressar em alcançá-la ou se iria perder no caminho até o parque de merendas. Quando voltou a agarrar na geleira, suas forças fraquejaram devido ao cansaço e calor que sentia, e então a desgraça aconteceu.
A geleira escorregou-lhe dos dedos e tombou-lhe para o lado, mesmo em cima de umas pedras duras! As rochas mais duras daquela estrada! Como era velha e já muito usada, parte da caixa quebrou-se logo e a tampa abriu-se no meio desse acaso.
Mais de metade do gelo caiu no chão de terra quente. Latas de refrigerante explodiram com a força do impacto, criando um espetáculo de fogo de artificio no ar.
Pobre Ryme, encharcada pela tempestade de liquido gaseificado, mal teve tempo de reagir. De um lado sua mente regava pragas á irmã por querer andar sempre carregada com aquela coisa velha em todos os cantos, mas por outro lado tremia de preocupação por pensar no que sua irmã iria dizer em relação à dinheirama em bebida que estava ali e que agora fora perdida.