Posted by : Shiny Reshiram 10 de abr. de 2024



Escrevendo pelas palavras é uma compilação de exercícios que visam desenvolver a minha escrita criativa e consistem, basicamente, em selecionar uma ou mais palavras aleatórias, escrevendo um pequeno texto baseado nestas.


Vez ou outra, podem ser ser escritos textos e contos mais completos como é o caso deste


    Para saber mais da proposta deste quadro no blog, e conferir a lista completa de todos os exercícios ou excertos publicados até corrente data, clique aqui!



 Sinopse: Porque tudo teve um inicio no mar da fantasia... Onde se quebra todo o quebranto...



Notas da Autora: História Inspirada no universo apresentado pelo desenho animado Summer Camp Island, com um mediano toque de reflexões pessoais. Com descrições que contam com vários sentidos, apelando á interpretação própria de cada um. Texto livre de qualquer tipo de spoilers relacionado com o desenho em que foi inspirado, sendo que também não é necessário assistir o desenho para ler este texto, sendo que quase nenhum elemento deste tem relação alguma.


No seu final, decidi incluir um pequeno poema que escrevi em 2017. Apesar de pequeno, considero um dos mais belos poemas alguma vez criados por mim, e por isso, muito especial.


Escrevi esta história em 2018 ou 2019, cheguei a publicar a mesma no Spirit, mas removi em 2022 pensando que iria utilizar seus elementos em outro projeto. Hoje decidi republicar a mesma.


Imagem do desenho animado Summer Camp Island



Deitada no chão. Abri os olhos. Olhei o céu claro no anoitecer. Sorri. Um sorriso estranho e sincero, enquanto ouvia o bater das ondas rasgando o velho cais, da velha ilha onde nasci e sempre habitei, cais este de rocha desgastada, que nesta ilha velha sempre existiu desde tempos do sei lá.


A lua não tardou a iluminar o meu redor por completo, acompanhada por uma fria escuridão, obscuro ficou imediatamente o redor meu assim. Sempre ali, sempre embalada pelo mar e suas grades frias, senti que queria ir mais longe, senti que á muito estava presa ali... Presa mesmo ali... Ali... Mesmo...


Suspirei, e fechei novamente os olhos. Deixai minha mente fluir. A cada passo que dava, a cada letra que escrevia... Senti que tudo vinha... E ia... Sem explicação alguma... Apenas fluía, fluía vindo do meu mais interior eu, do meu mais interior ser... Uma busca eu fazia, imaginário eu exercia, ali deitada... Sim, uma busca eu fazia... Eu sempre fluía... Como um rio, que acabaria na costa, alimentando um mar de boa vida, um mar de desejos concluídos... Ou seria um mar de trabalhos iniciados e tantas outras coisas, ainda por terminar?...


Á minha mente, chegava personagens, figuras de todos os cantos e feitios. Desde elefantes a pandas, animais, mamíferos, omnívoros ou carnívoros.... Simples galinhas tiveram até mesmo uma interpretação especial, até mesmo seres lendários do imaginário popular, como fantasmas, ou antigas criaturas colossais, como dinossauros, participavam quase inconscientemente neste pequeno universo só meu. Dotados de toda a cor, de todo o encanto. Um sonho só meu. Apenas meu. Tão simples, mas muito especial. Tão genérico, mas tão grande e de uma beleza surreal.


Um só meu universo novo em expansão, recheado de incontáveis detalhes, incontáveis coisas que eu via, ou lia, ou apenas sentia... Onde magia existe, onde tudo se encaixava tão perfeitamente. Me sentia bem, muito bem... Tantas coisas difíceis de explicar, eu via tantas palavras magnificas que não podiam ser lidas, e tantos desenhos, ilustrações esbeltas, que jamais ninguém conseguiria escrever em textos totalmente fluidos.


Deixei de lado, o vento que embatia em minha pele, o aroma do mar que invadia minhas narinas, a prisão que os rochedos criavam em meu corpo, com suas grades desgastadas, as pessoas que me torturavam, com suas piadinhas e conversas mesquinhas.... Tudo o que meu corpo sentia ao redor. Tudo isso deixado de lado, completamente ignorado... Aproveitando profundamente tal doce momento de reflexão... Finalmente, livre.


Até ouvir um barulho. A buzina de um barco. Despedaçado em instantes meu imaginário foi. Abri os olhos e ergui meu corpo. Navio recém atracado na costa.  Cais novamente movimentado, de gente em direção a cada lado, enquanto os sons e suas novas cores, iam aos poucos, destruindo meu mundo irado.


Voltei, assim, naquela fria noite, a contemplar o cais, observar o vasto mar. Novamente, assim, presa, até o amanhecer. O novato sol do novo dia dava uma sensação mais fresca em tudo, mas não em meu interior...


Estava novamente presa... Estava novamente só...


Procurando algo para me libertar... E assim, aqui estou... Neste lugar...


 


Imortal cais, rochedo da chegada e partida


radiante sol toca lá no alto...


nesta nobre formosa montanha da ilha


tudo se converte asfalto...


 


mas, é no mar da fantasia


uma transformadora clara maresia


o grande, sedoso, ileso encanto...


onde se quebra todo o quebranto...



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