Posted by : Shiny Reshiram 24 de out. de 2023

 



Noite.


As estrelas cintilavam em todo o céu, mas era a luz do glorioso farol que cortava a paisagem de Cabo Poco como um gigantesco holofote. Os técnicos fizeram um ótimo trabalho em manter o farol funcional durante pelo menos aquela noite, antes de procederem a uma manutenção mais minuciosa.


O movimento do raio de luz conseguia ser hipnotizante.


Juliana nunca antes se tinha apercebido como aquela parte mais abaixo de Cabo Poco ficava mesmo ao lado da baía funda com a entrada para Inlet Grotto, e era tão próxima da falésia onde o farol se localizava. Como a enormíssima mansão era um espaço privado, foram raras as ocasiões que caminhara naquelas estradas de calçada, pois não tinha objetivo algum em invadir um espaço que pertencia a uma das famílias mais ricas de Paldea. A textura das pedras até parecia mais suave em comparação à das demais estradas de Cabo Poco.


A dupla parou em frente aos enormes portões escuros da mansão. Haruka tocou na campainha que existia num dos lados dos muros que sustentavam aquelas grades, enquanto Juliana quase enfiava a cabeça entre as barras para se certificar se o pátio estava mesmo, ou não, vazio – com muita sorte, não ficara com a cabeça presa nelas.


O toque da campainha dos portões soou baixinho, como um badalar de um sino.


– Não te esqueças de usar o ambiente ao teu redor! Tenta ser criativa e tem confiança com os teus Pokémon. Às vezes, uma simples pedra no meio do campo de batalha pode ser um trunfo que te auxilie na vitória. – Haruka explicava para Juliana, depois de tocar uma segunda vez na campainha, enquanto aguardavam serem recebidas por alguém.


A rapariga acenou, encarando as suas três esferas bicolor em mãos. Rosa, Tolya e Tamar estavam prontos, e repousavam no interior de suas Pokéball, só no aguardo do momento.


– Tens bateria o suficiente no Rotom Phone? Instalaste a Pokédex e todas as suas aplicações que eu sugeri?


– Sim, mãe. Está tudo pronto. – Juliana disse, olhando o seu objeto flutuante uma última vez antes da hora, para confirmar.


– Já deves ter consultado também a Moveset da Rosa, Tolya e Tamar. A Rosa e a Tolya já tem também aqueles objetos que eu te dei. Tenta não te esquecer das habilidades deles! Mas lembra-te, ainda és nova nisto, não tenhas medo de errar de primeira, e é normal se já não te recordares de tudo o que eu te expliquei estas últimas horas. Tenta manter a calma acima de tudo.


– Mãe… Pareces saber tanta coisa! – Juliana mostrou um certo nível de fascínio por todo o aprendizado que ela lhe deu em todo aquele escasso período de tempo.


– É só umas noções básicas. Sabes que, quando eu cheguei nas finais da Liga Pokémon de Paldea… – Haruka começou a contar, mas não terminou.


– TU PARTICIPAS-TE NA LIGA?!


Ambas foram interrompidas de súbito pelo ranger dos portões a se abrirem automaticamente. Entre as luzes do pátio bem iluminado que pareceram mais claras com o portão aberto, uma mulher que Juliana nunca vira antes apareceu para as saudar.


Good evening… – começou ela, de forma agradável, num sotaque Galariano, que fez Juliana torcer o nariz. A jovem sabia Português e Espanhol, mas não entendia nada de Inglês. Mas graças a Arceus, a mulher mudara sua língua para o bom e velho Espanhol no instante seguinte. – ¿Son los invitados de la Sra. Nemona?


Haruka foi a primeira a falar.


– A Nemona convidou a minha filha para uma batalha, eu só venho de acompanhante. Espero que não seja incomodo.


– Não, não! Estejam as duas à vontade! – a empregada disse, com um bloco de notas em mãos para confirmar os nomes.


Juliana tentou espreitar, e ficou assustada com o facto de que a mulher tinha o cuidado em marcar todas as entradas e saídas de quem passava pelos portões, além dos encontros e reuniões marcadas com os grandes senhores da casa. Nesse mesmo momento, também se apercebeu da pressão de milhares de câmaras de segurança apontadas na sua direção. A mulher tentou esconder o bloco de notas do olhar de Juliana, ao ver que esta ficara fissurada nele e em toda aquela riqueza.


– Sendo assim, é por aqui! Ela já está aguardando na praia. Please, follow me.


Tanto Cabo Poco como Los Platos eram uma área de Paldea que contava com uma influência Galariana bem particular, pois parte da Província Meridional de Paldea já fora território de Galar no passado. Muitos habitantes do Sul tomavam o Inglês como língua. Inlet Grotto, a famosa rede de grutas infestadas de cães do litoral, era um nome com influência Galariana, que, traduzido, significava algo semelhante a Grutas da Praia ou Calheta da Baía no Português.


Apesar da presença constante da língua pelas ruas, Juliana não entendia nada, mesmo vivendo ali toda a sua vida, e, por isso, se não fosse a sua mãe a entender um pouco do assunto, não se tinha apercebido que era para ambas seguirem a empregada.


Ela conduziu as duas entre os canteiros e arbustos coloridos e bem aprumados, que reluziam de inúmeras cores fabulosas ao luar. Era difícil esconder o fascínio pela beleza do jardim exterior da mansão, e se a mansão era aquele luxo todo por fora, difícil de imaginar como seria por dentro.


Mas, por muito que ficassem com esse desejo de visita guiada, não entraram no enormíssimo edifício, pois a mulher conduziu logo ambas até uma escadaria de pedra entre paredes de rocha saliente mais abaixo no pátio, e, portanto, o vislumbre durara pouco.


O som das ondas e o aroma da maresia entre aquelas paredes eram um elemento intenso mal começaram a descer as escadas, escadas estas que cortavam as paredes do promontório que sustentavam a mansão e levavam-nas até a praia privada. Vários Pokémon escondiam-se entre as rochas à medida que as humanas as atravessavam.


Um Wattrel passou atrás delas num voo baixo, mas quando Juliana virou-se para trás, não conseguira observar o vulto nem ver se era ou não mesmo um pequeno Pokémon Pardela. Encolheu os ombros como reação ao nervosismo, sentindo logo depois o toque da mãe.


– Dá o teu melhor, okay?


– De que serve dar se eu vou perder na mesma?... – murmurou ela.


A empregada achou o diálogo entre mãe e filha bem peculiar, talvez, pressentira que o mesmo tinha mais alguma coisa por trás, e não era apenas uma preocupação comum de algum desafio normal. Acabou por interferir.


– Já vi Miss Nemona em muitas Pokémon battles. Ela ganha sempre, mas é a preocupação dos desafiantes dela em não perder que faz com que ela ganhe, always.


Juliana olhou para a mulher desconhecida, que tinha um sorriso gravado na face, bem marcado graças ao luar.


– Eu não entendi lá muito bem, a senhora pode explicar melhor, por favor?


– As vezes queremos ser tão bons numa coisa que nos dedicamos tanto nela, mas ficamos cegos, e nos esquecemos de outros fundamentos que podem, ou não, estar envolvidos.


– Então a senhora está a querer dizer para eu continuar a acreditar que vou perder?


Ela começou a rir, de uma forma um tanto enigmática.


– Mais ou menos isso. Mas mais do que isto eu não posso dizer – e, mais abaixo daquele trilho entre rochas, uma pequena parte de areia começou a ficar visível, indicando estarem, finalmente, a chegar à praia. – A Nemona está no vosso aguardo bem ao virar da esquina, é só seguirem em frente que a vão encontrar. Agora se me darem licença, tenho que voltar aos meus aposentos.


E quando começou a recuar na direção contrária daquela que seguiam originalmente, parou perto de Juliana, lhe piscando o olho.


Good luck.




– HEI! AQUI!


Mal pisaram a areia fofa, que era tão fofa que quase parecia que nunca havia sido pisada por ninguém antes, foram inundadas pela voz de chamamento da rapariga viciada em batalhas.


Juliana engoliu a seco, seguindo os passos da mãe, que logo se instalou na ponta de uma espreguiçadeira que existia ao lado de um campo de batalha Pokémon, junto com umas mesas e cadeiras de praia.


O campo era enorme, fazendo a praia privada em si parecer menor do que aquilo que realmente era. Várias palmeiras na orla do campo, durante o dia deviam entregar uma sombra refrescante, mas agora, apenas a lua e a luz ocasional do farol as inundavam como os poderosos holofotes de um estádio de batalha.


Nemona mal podia conter sua ansiedade quando Juliana se posicionou do outro lado do campo. Além da luva ortopédica típica, Nemona portava uma roupa de desafiante, como se estivesse prestes a entrar num importantíssimo campeonato de Vólei de praia.


A rapariga recém chegada tinha a mão no bolso das calças, e parecia bem incerta do que estava para acontecer.


– Juju! Como estás? – e depois desviou sua atenção para a mulher na espreguiçadeira, que lhe cumprimentou. – Tua mãe veio apoiar a filha na batalha! Que fofaaaa!... Então. Estás pronta para lutar contra mim?


No início, Juliana encolheu os ombros, depois disse não com a cabeça, sem mover os lábios sequer.


Pelo menos estava a ser sincera.


– Oh! Então? Com medo de mim?! Quero ver o que tu e teus crocodilos tem para dar! Vamos! Será uma batalha de três contra três! – e sem mais demoras, Nemona retirou do bolso uma esfera bicolor.


Naquele preciso momento, a luz do farol passou pelo céu no seu movimento circular. Juliana ficou ofuscada com a junção do brilho do farol e do raio que saíra da Pokéball cintilante da oponente.


Em frente aos pés de Nemona, surgiu uma pequena criaturinha que lembrava muito uma junção de um cogumelo com uma pedra branca de calçada Paldeana. Juliana encarou o pequeno Pokémon, cujo esquema de cores se enquadrava com o das rochas sedimentares.


Olhou para a mãe, que, para a encorajar, apontou para o seu próprio Rotom Phone, e aí, Juliana relembrou-se do que tinha que fazer. Tirou o seu telemóvel do bolso de um modo um tanto desajeitado, quase o deixando cair no chão, e consultou apressadamente a aplicação que sua mãe lhe dera.


A Pokédex não demorou muito tempo a carregar, e, mal a aplicação fora iniciada, o aplicativo reconhecera de imediato a pequena criatura à sua frente.


Nacli, o Pokémon Pedra de Sal. Tipo Rock. Este Pokémon nasceu em uma camada de sal-gema nas profundezas da terra. Antigamente, esta espécie de Pokémon era particularmente apreciada, pois partilhavam o seu precioso sal. – disse uma voz robótica, saída do dispositivo.


– Sei que és uma treinadora iniciante ainda, por isso vou ser branda contigo – Nemona disse num sorriso, um sorriso com um tom tão feliz que assustara Juliana ainda mais. – Capturei este Nacli à uns dias atrás, ele ainda é inexperiente, mas achei que devia usá-lo agora, para nós as duas crescermos juntas!


Juliana pensou um pouco antes de agir. Foi com a mão a uma das cápsulas do seu bolso, soltando uma gatinha esverdeada no meio do campo de batalha.


– Rosa, espero que não estejas tanto nervosa como eu estou… – disse-lhe Juliana.


A Sprigatito trazia consigo um pequeno colar com uma semente, preso ao pescoço, algo que captara a atenção de Nemona.


– Um tipo Grass contra um tipo Rock. E ainda portanto uma Miracle Seed para aumentar seu poder? Parece que fizeste o trabalho de casa! – Nemona começou a rir.


Rosa miou, confiante, pronta para investir. Já Juliana fixou outra vez a sua progenitora e o olhar atencioso que ela impunha no recinto.


– B… Bem… Eu tinha que memorizar alguma coisa do básico… – murmurou.


– Então, vamos começar! – exclamou a treinadora experiente, com um tom elevadíssimo.


Nemona era alguém que vivia o momento das batalhas de uma maneira tão louca, única e intensa, que mais ninguém conseguia se comparar ao alvoroço que ela sentia.



– Nacli! Usa Harden!


Uma placa prateada envolveu o pequeno Pokémon Sal. Ao início não parecia nada demais, mas Juliana sabia que aquele poder tinha o propósito de aumentar a Defesa do Pokémon, como se a pele da criatura ficasse enrijecida, mais resistente a golpes físicos.


Juliana encolheu a mão no bolso das calças, como se aguentasse comentar qualquer coisa a mais.


– Okay… Rosa…Usa… Humm… Não sei, talvez o Tail Whip?


A pequena gata acenou com um tom tímido, sem saber bem o porquê de tanta incerteza. Virou as costas contra o Nacli, movendo sua cauda de um lado para o outro de uma forma fofa, com o propósito de voltar a diminuir a defesa do adversário.


E funcionara, pois o Nacli ficara encantado com o gesto tão sinuoso da Pokémon que deixou aberta a sua retaguarda.


A batalha mal começara e Juliana parecia descambar, sem clara confiança nas ordens que dava a seu Pokémon. Apesar disso, Haruka arqueou a sobrancelha, pois conhecia a filha suficiente para saber que parte daquele teatro não era real.


Porém, para Nemona o era.


– Juju! Tem calma! É só uma batalha amigável. Vamos só nos divertir! Porque estás tão tensa?


– Não sei, talvez porque o amor da minha vida está em jogo? – soltou ela, em voz baixa.


– Okay… Não sei o que isso significa, mas vamos começar de novo. Nacli! Usa Harden!


Tail Whip – Juliana voltou a dizer, sem convicção.


Os dois Pokémon realizaram os mesmos movimentos de antes, numa dança que aumentava e descia a defesa do Nacli.


– Vamos mudar um pouco, Tackle!


Tail Whip.


A Sprigatito era rápida, e, apesar de não ter recebido a ordem de Juliana para tal, tentou fugir da investida do adversário, porém, não o conseguiu, sofrendo alguns danos ao sentir o corpo duro do Pokémon contra o seu.


Depois de recompor a pose e realizar o seu Tail Whip, olhou para trás, fixando Juliana num mar de dúvidas.


A Pokémon não queria continuar a usar Tail Whip para sempre, e só não sentiu a pouca ligação que tinha com sua nova treinadora fragmentar-se devagar pois logo a seguir entendeu o que estava ocorrendo.


O entusiasmo de Nemona começou a se tornar uma preocupação devido ao tom depressivo de Juliana, uma preocupação que não só a desestabilizava a ela, mas também ao Nacli. Nemona não sabia que ordem dar, pois não queria usar seu real potencial de campeã na batalha contra a novata, e, enquanto isso, a novata dava brechas que podiam ser usadas em qualquer momento para botar seu Pokémon fora do combate, apesar do tipo Grass ter vantagem contra o tipo Rock.


– Nacli! Usa Harden outra vez!


Tail Whip.


A Sprigatito voltou a mover a cauda docilmente. Nacli fortaleceu sua pele. A treinadora ajeitou sua luva ortopédica, sentindo uma dor aguda nos dedos. Não podia forçar Juliana a aproveitar mais o combate e dar ordens mais convincentes se ela não estava com disposição para tal, portanto, continuou a descer seu nível.


– Nacli, usa Harden outra vez.


– Rosa, usa… Leafag… Quer dizer, Tail Whip.


A Sprigatito não estava com disposição alguma de abanar o rabo uma quarta ou quinta vez, e entendera o sinal de Juliana.


Eriçou a cauda e ‘’desrespeitou’’ a ordem da sua treinadora.


A semente que tinha ao pescoço começou a brilhar, à medida que o pelo do seu pescoço era inundado por uma aura esverdeada. Uma onda de folhas atingiu o corpo de Nacli através de um poderoso Leafage, fortificado graças à Miracle Seed que a mãe de Juliana lhe dera.


Apesar do Harden ter fortificado a sua defesa, nada valia contra um golpe daquele calibre por causa do Miracle Seed, que levou efeito no Pokémon Sal de modo critico.


Nacli ficou imediatamente fora do combate.


E, pela primeira vez, em muito tempo, Nemona viu-se fraca.


Não fraca no sentido de poder nos combates Pokémon.


Mas fraca no sentido de fraqueza como pessoa.


Em situações normais, o sentimento face àquela visão era recheado de entusiasmo, mas ela não queria forçar ninguém a nada, e se Juliana não estava a se divertir, ela também não.


Retornou o Nacli ferido para o interior da sua Pokéball. O brilho do farol cortou mais uma vez a paisagem e durante um tempo só se ouvia o som das ondas do mar em toda a costa.


– Juju, se não queres combater mais podemos ficar por aqui. Ganhaste.


Era uma oportunidade perfeita para dar-se como vencedora.


Mas Juliana sentia que devia manter-se filme.


Algo dentro de si dizia que aquela batalha, para ser mesmo limpa, tinha de continuar.


– Não – foi sua resposta.


 Uma resposta mesmo direta, sem incertezas nem rodeios, que fez Haruka arregalar os olhos. A mulher achara mesmo que a filha aceitaria a condição para ganhar seu Cyclizar mais rápido.


Mas enganara-se redondamente.


E os seus enganos sobre as capacidades de Juliana só estavam agora mesmo a começar.


 – Vamos continuar. Vou tentar ser mais dedicada desta vez – a jovem continuou.


Nemona não sabia ao certo sobre aquilo, mas sentiu a energia mudar um pouco no ambiente, o que a fez sorrir.


Removeu do bolso outra Pokéball, libertando um Pokémon marmota amarelo. Juliana já conhecia o Pawmo de Nemona, por isso o dispensava de apresentações com o Rotom Phone.


– Este Pawmo foi o meu primeiro Pokémon. – Nemona murmurou. – Estás pronto, amigo?


A marmota esfregou as patas na cara, fazendo com que várias faíscas elétricas fossem soltas pela palma das suas mãos.


Juliana retornou Rosa para a sua esfera bicolor, e o lugar que esta tomava foi ocupado por um pequeno saco de areia. Tanto o Pawmo como Nemona encararam o saco curioso que saíra da esfera da rapariga.


E, de dentro dele, o olhar sério de uma pequena crocodilo de areia surgiu por entre os grãos de terra que compunham o grande saco.


Tolya fixava os olhos intensamente em Pawmo, com uma má disposição, analisando o oponente, como quem não queria participar em batalha alguma. Pawmo sentiu um calafrio da espinha, intimidado com a presença. Sandiles eram imunes a tipos Electric, portanto, Nemona sabia que não devia usar golpes desse tipo nela.



– Pawmo! Tem cuidado com os golpes do tipo Ground dela, estão fortificados por causa do saco de Soft Sand. Usa Arm Thrust!


Dig.


O Pawmo procurou atacar a Sandile com a palma das suas duas grandes e rechonchudas patas, mas a pequena crocodilo era mais rápida, e saltou para as profundezas do interior do seu saco, que, por sua vez, amorteceu o golpe do Pawmo. Pouco tempo depois, a Sandile investiu, saída do meio da areia cintilante. A marmota desequilibrou-se com a investida, sentindo danos graves, mas continuou de pé.


– Agora usa Bite! – Nemona ordenou.


Bite também. – disse Juliana. Pelo menos, ela estava a tentar um pouco mais desta vez.


Os dois Pokémon trocaram dentadas nos corpos um do outro. Enquanto o Pawmo segurava a Sandile pela cauda, a Sandile segurava o Pawmo pelo braço.


– Aproveita que estás próximo dela e usa Arm Thrust! – exclamou a treinadora, mais motivada por ver que a outra procurava dar um pouco mais do que tinha.


– Tolya. Scary Face.


O Pawmo aproveitou que a crocodilo tinha os dentes fincados no seu braço para investir, mas a Sandile fixava seus olhos contra os dele com uma maldade tamanha que, outra vez, o pobre Pawmo sofreu um arrepio na espinha.


O Scary Face diminuiu o tempo de reação do Pawmo, fazendo com que a Sandile escapasse do golpe do Pokémon marmota bem a tempo.


– Usa Arm Thrust! Outra vez!


Dig!


O Pawmo não conseguiu atingir a Pokémon a tempo desta entrar num buraco no chão. A Sandile saltou atrás do Pawmo, o atingido pelas costas.


O Pokémon marmota olhou breves momentos para a treinadora, Nemona fez-lhe um sinal, e, logo depois o Pawmo caiu no chão, inconsciente.


Juliana mordeu os lábios.


Mas ela não aguentava mais.


Virou-se contra sua mãe, com um sorriso cheio de entusiasmo se rasgando na cara.


E então, falou alto, tão alto como se já fosse a verdadeira vencedora daquele conflito inteiro.


– Mãe! Estás vendo isto?! A empregada dela tinha razão! A Nemona está perdendo de propósito para me alegrar! Eu vou ganhar e conseguir que a minha querida Motoca fique comigo!


Seguiu-se então um longo momento de silêncio constrangedor.


Pois tudo fora estragado naquele momento.


Haruka escondeu a cara com a mão, envergonhada.


Tolya encolhera-se no interior do seu saco de areia, bem devagarinho.


No outro lado do campo, a expressão facial de Nemona também mudara por completo.


– O QUÊ? Estiveste a brincar este tempo todo, comigo? Juju?! E eu aqui preocupada contigo! – Nemona exclamou, super ofendida com o que acabara de ouvir.


Juliana estava em choque.


Mal podia acreditar que tinha dito aquilo em voz alta.


Mais uma vez o seu problema em não conseguir manter o pensamento a estragar tudo. Tinha a oportunidade para ganhar bem na palma das suas mãos, mas agora tinha que parar de fingir e dar tudo de si, a sério, pois o plano de manter a tristeza fora por água abaixo.


Claro que no inicio estava mesmo ansiosa, com medo de perder, mas Juliana tentou manter uma postura que refletisse um estado de espírito pior do que o seu verdadeiro animo.


Nemona retrocedeu o Pawmo e removeu uma nova Pokéball do bolso.


Agora o verdadeiro combate ia começar.


O novo Pokémon que saiu da esfera parecia uma luva de boxe rosa, com um pescoço alongado e umas longas patas, adotando a imagem típica de um flamingo. Tinha cara de ser um Pokémon bem mais forte que o Nacli e o próprio Pawmo.


Juliana começou a suar frio enquanto fixava os olhos lacrimejados da amiga em sua frente.


Sabia que estava em apuros.


Nemona estava tão séria que de certeza absoluta daria tudo de si.


Retirou a Pokédex, só para confirmar que não estava sonhando em relação aos problemas que teria com o oponente.


Flamigo. O Pokémon Sincronizar. Do tipo Flying e Fighting. Este Pokémon amarra a base do seu pescoço num nó para que a energia armazenada em sua barriga não passe pelo esófago e não seja perdida através do bico. – disse a voz robótica do seu Rotom Phone.


Flying e Fighting… – murmurou Juliana, aterrorizada.


              O Pokémon flamingo fez um barulho, esticando o pescoço e as asas, em pose de combate. Juliana olhou para sua Sandile aproveitando o conforto da areia no interior da sua bolsa de Soft Sand, e decidiu que iria manter-se com ela em campo.


              – Flamigo! Usa Low Kick! – ordenou Nemona à ave.


– Tolya! Esquiva-te e usa Bite na outra pata dele!


              O Pokémon flamingo esticou uma das patas, saltando contra a Sandile. Tolya mal teve tempo de reagir de tão veloz que o flamingo se aproximou. A estratégia de Juliana não era má ideia, mas ambas precisavam de mais prática para fazer com que a mesma resultasse.


              A pequena Sandile tossiu um pouco, insatisfeita com o fracasso, o Low Kick a deixara com muitos danos no corpo. Afinal, Sandiles eram fracos à tipagem Fighting.


Low Kick! Outra vez! Flamigo!


– Tolya! Tenta esquivar-te e usa Scary Face!


A Sandile deus uns passos, aos tombos, encarando Flamigo com má cara. Quando próximo, o Flamigo mostrou-se um pouco relutante, com medo da expressão de Tolya, mas não hesitou e atingiu a crocodilo de areia com um pontapé de sucesso.


Tolya foi jogada para trás, caindo inconsciente metros atrás de Juliana.


A jovem retrocedeu a sua Sandile, sem saber bem o que fazer a seguir. Tanto Rosa como Tamar levariam golpes críticos.


– Então Juju! Queres desistir agora? – Nemona disse-lhe, com um sorriso triunfante e provocador.


– Rosa! Leafage!


Wing Attack!


Juliana soltou a Sprigatito, mas mal esta entrou em combate, mal teve tempo de se preparar, levando com um poderoso golpe voador, que a fez ficar inconsciente.


Juliana começou a desesperar com o calor que a batalha agora emanava. Só restava um Pokémon de ambos os lados.


– Tamar! Espero que sobrevivas! Por favor Arceus, eu tenho que ganhar isto! – a rapariga disse, a tremer, enquanto atirava a sua ultima cápsula ao ar, com várias lágrimas sendo soltas dos seus olhos.


O Krokorok surgiu no meio do campo, e chicoteou sua cauda, fixando o flamingo e suas penas reluzentes ao luar. O Flamigo esticou o pescoço, e as asas, como quem gozava com a pose feroz do opositor.



Juliana sabia que não podia deixar que Tamar sofresse os golpes do tipo Fighting do Flamigo, e tentou formular um plano nos breves segundos que se seguiram.


O entusiasmo voltara por completo ao olhar intenso de Nemona.


– Flamigo! Focus Energy.


O Pokémon rosa começou a se concentrar no corpo de Krokorok, com o objectivo de encontrar o ponto certo para desferir um golpe crítico. Nemona foi bem generosa em não pedir ao flamingo para atacar diretamente. Juliana ainda procurava estudar que golpe utilizar.


A luz do farol cortou o céu.


Não te esqueças de usar o ambiente ao teu redor! Tenta ser criativa e tem confiança com os teus Pokémon. As vezes, uma simples pedra no meio do campo de batalha pode ser um trunfo que te auxilie na vitória. – as palavras da mãe ressoaram em sua cabeça.


A rapariga olhou para toda a paisagem que a rodeava. A arriba que sustentava a famosa torre, mesmo ali ao lado de uma outra falésia da praia privada, despertou a atenção. Lembrou-se da derrocada que a deixara presa na baía que se encontrava no outro lado daquela parede. A luz do farol cortou o céu, outra vez, e olhar diretamente para ela quase cegava.


Bingo.


– Tamar, estás a ver a falésia ali? Vai até lá e usa Dig na parede!


– O quê? O que estás a fazer?! Não fujas de mim! Flamigo! Atrás dele! Low Kick!


Tamar começou a correr, o máximo que conseguiu, sendo seguido pelo Pokémon rosa. As duas humanas correram para mais perto, acompanhando o ritmo de maratona dos seus monstrinhos.


O Krokorok penetrou na parede de rocha escassos segundos antes do Flamingo o atingir com sua pata.


Depois do fracasso, o Pokémon voou mais alto, tanto que quase se confundia como um potinho rosa no meio das estrelas no céu negro, e, quando Tamar saiu do buraco, a ave estava demasiado alta para ser alcançada com um golpe oriundo das profundezas da terra.


– Continua com Dig a fazer túneis! – instruiu Juliana.


Low Kick! Tenta acertar nele!


A parede da falésia tornou-se em vários minutos num jogo de whack a mole. Mal Tamar saia do buraco que escavava, entrava logo nas rochas, bem antes do Pokémon lhe pontapear. A parede, aos poucos, começou a ficar fragilizada, soltando gradualmente pedregulhos que caiam numa chuva que dificultava o campo de visão de Flamigo.


– Mantém-te firme com Dig enquanto eu penso em algo! – Juliana gritou para ele, enquanto consultava o seu Rotom Phone – Dig, Bite, Torment, Crunch… Já sei!


Detect e depois Low Kick quando ele sair! – gritou Nemona ao seu lado, fervendo por não saber o que é que Juliana planejava.


Era arriscado mandar o Pokémon para o interior dos túneis que colapsavam, e o Krokorok já mostrava dificuldades em não cair junto com as pedras nas próprias derrocadas que causava. As pedras já eram tão constantes que, pouco a pouco, era difícil o Pokémon voador tomar uma aproximação sem ser atingido.


Graças ao Detect, Flamigo conseguiu interceptar a altura certa em que o Krokorok viria à superfície, e procurou realizar um voou certeiro.


Mas a que custo.


O Pokémon estava tão concentrado em descobrir o lugar do Krokorok para lhe dar uma marretada com a pata que se esquecera do farol.


A bendita luz do farol!


Luz esta que atingira seus olhos.


Nemona não entendeu o que ocorreu. Haruka encolheu os ombros, chocada com a estratégia da filha. Por sorte do crocodilo ou acaso do destino, o Flamigo ficou confuso, cego, e errou a pontaria no preciso instante que voou a pique até as rochas na parede da arriba. Afinal, era complicado levar com uma luz fortíssima daquele calibre diretamente nos olhos, e isso podia atordoar qualquer animal.


O Flamigo caiu, subterrado nas rochas de mais uma derrocada.


Juliana aproveitou a oportunidade. Tamar saltou para o centro da nuvem de poeira que se elevara, na areia da praia metros abaixo.


– Era isso que eu queria! Torment! Agora! – Juliana gritou cheia de entusiasmo, ela mal podia acreditar que sua estratégia dera certo.


Torment era uma técnica que impossibilitava o adversário de usar o ultimo golpe que utilizava vezes consecutivas. O Krokorok conseguiu aplicar a técnica ao Flamigo, que ainda tentava sair debaixo das rochas pesadas. Agora o Flamigo não lhe podia atingir com um Low Kick, e ela tinha que aproveitar.


– Agora usa Crunch!


Wing Attack!


Ainda preso debaixo das rochas, somente com o pescoço e parte do corpo fora, o flamingo bateu as asas, acertando a boca do Krokorok para tentar fazer com que este se afastasse. Os dentes afiados do Pokémon crocodilo penetraram nas penas da sua asa com força suficiente de maneira a evitar o Wing Attack. O Flamigo piou, frustrado por ter seu corpo preso e agora uma asa também, e isso deixava sua defesa muito aberta.


– Usa Crunch outra vez! – a rapariga ordenou a seu crocodilo de areia, sentindo uma gota de suor escorrer-lhe da testa. Ela tinha que acabar com o pássaro de uma vez por todas.


Wing Attack! Outra vez, Flamigo! – Nemona falou, eufórica.


Com a única asa livre, o Flamigo tentou atacar o focinho do Krokorok. Tamar concentrou-se, e agora, em vez de uma única asa de um flamingo presa em suas poderosas mandíbulas, tinha as duas asas de um flamingo.



– Tenta sacudi-lo para ele te largar! – instruiu Nemona, enquanto procurava outra opção melhor.


– Aguenta-o e continua com Crunch!


O Pokémon rosa procurou reunir a pouca energia que lhe restava, mas foi sem sucesso. A mordidela do Krokorok estava a ser cada vez mais dolorosa, e o crocodilo o puxava e o sacudia.


Com um pouco de mais força, os ossos do corpo do Flamigo podiam quebrar.


Tanto que o Flamigo, em certo ponto, não pode mais continuar, e Tamar teve que o largar.


Nemona respirou fundo, com os olhos fechados.


O feixe de luz da sua Pokéball ofereceu ao Flamigo um bom descanso.


A poeira da derrocada assentou totalmente. Haruka fechou os olhos e começou a se afastar devagarinho, sem que as humanas dessem pelos movimentos dela.


– PARABÉNS JUJU! GANHASTE!


– O QUÊEE?


– ISSO MESMO, JUJU! GANHASTE!


Ela mal podia acreditar no que ouvia. Nemona, por sua vez, estava aos pulos.


Não tinha a sua guitarra, mas não importava. Iria usar a energia daquele glorioso momento para uma canção. Canção comemorativa da sua primeira batalha. E também, da primeira batalha que ganhara, apesar dos dois primeiros Pokémon terem sido conquistados com um pouco de batota.


Agarrou Nemona no braço, e ambas, às gargalhadas, começaram a dançar no meio do campo de batalha. O Krokorok reuniu-se à festa, ficando no meio das duas treinadoras a festejar o evento.


Vitória! Vitória! Vitória-a!


Reconquistando a Gloria-a!


Vitória! Vitória! Vitória-a!


Neste dia, adquirindo, a minha-a!


Fabulosa-a Motoca!



Só terminaram de cantar quando, depois de voltas e mais voltas de dança, o Krokorok caiu no chão, exausto. Juliana acalmou-se mais e o retornou para a sua Pokéball após agradecer a seus companheiros. Mas ela, e a outra humana, também decidiram deixar-se cair, ficando de barriga para cima deitadas na areia macia.


As estrelas no céu brilhavam, belíssimas, também encantadas com o desfecho do combate.


– Não sei o que essa canção significa mas… – e de repente, Nemona deu-lhe uma pequena cotovelada no braço, nada muito violento, mas suficiente para dar um susto em Juliana. – Isso foi por me teres enganado! Não voltes a brincar com meus sentimentos! Vou te bater mais na próxima!


– É justo… – Juliana riu, esfregando o local da pancada, como se a força lhe tivesse magoado a sério. – Desculpa lá por isso, eu nunca combati antes e precisava mesmo ganhar… Uma longa história… Mas eu juro que não fiz batota com o Tamar!


– Juju! Com o Tamar é que importa, pois com ele GANHASTE! GANHASTE! GANHASTE! – continuou Nemona, aos berros. – Tu tem um talento para isto, amiga! Há muito tempo que ninguém me ganhava! E eu estava dando bastante de mim com o Flamigo!


– Talento? Achas mesmo? – ela encolheu os ombros, tímida.


– Devias aceitar o desafio dos líderes de ginásio! Enfrentar a Liga Pokémon! Ser minha rival! Vá! Vamos! Quero lutar contra esses crocodilos para o resto da minha vida! E que tal uma SEGUNDA RONDA? Daqui a pouco vamos lutar outra vez!


A jovem começou a rir, sem jeito. Era muita coisa para processar.


– Eu… Eu não sei se… Se sou boa o suficiente para isso…


– Claro que és! Combateste melhor que muito treinador iniciante por ai! Arrebita mas é e dá com o que eu te digo! Investe nesse talento! Esta batalha foi I-N-C-R-I-V-E-L! Claro que és boa o suficiente! O que te leva a pensar assim que não és?!


Naquele Instante, Juliana lembrou-se da mãe.


Estranhou o silêncio e súbito desaparecimento dela, pois durante o festejo, não a avistou e muito menos ouvira sua voz. Sentada na areia, olhou para todos os lados, principalmente para a espreguiçadeira onde a mulher se encontrou sentada o tempo todo durante a batalha.


Mas ela não estava mais por ali.


– Ei Nemona? Viste para onde minha mãe foi?


– Não, não notei ela se indo embora… Estranho.


– Hummm… então acho que é melhor eu ir embora também


– ESPERA! Não queres ficar mais um pouco? Fazer uma segunda batalha?


– Desculpa Nemona, hoje não. Tenho mesmo que me ir embora – o tom de voz de Juliana pareceu aflito.


Juliana não sabia o que o desaparecimento súbito da mulher queria dizer.


Ela não iria ir embora assim daquela maneira da casa de alguém sem a companhia dela. Haruka conseguia ser bem controladora, demasiado até, e deixar a filha sozinha na casa dos vizinhos era impensável, pois se preocupava com questões relacionadas a aparências, e não conseguia confiar em bons modos vindos de Julie.


– Calma amiga. Podemos pelo menos trocar números de Rotom Phone? Assim amanhã na Academia podemos combinar qualquer coisa melhor para nos encontrarmos!


Juliana concordou. Devia ter feito uma troca de números também com o dono original do Cyclizar estranho, mas na altura não se recordara disso. Depois de ambos os dispositivos armazenagem os dados, Juliana despediu-se da rapariga, agradecendo a estadia na praia, a oportunidade pelo combate, e prometendo um novo desafio para breve.


Começou a correr pela praia, deixando Nemona eufórica fazendo seus Pokémon combaterem entre si, tamanha era a excitação dela. Pensou conseguir alcançar a mãe na escadaria entre as rochas no promontório, mas nem lá, nem no jardim da mansão, ela se encontrava. Talvez tivesse voltado a casa.


Saiu pelo portão da mansão, pisando a calçada daquela área de Cabo Poco. Só quem passa a vida a percorrer os caminhos de calçada Paldeana, sabe o quanto pisar as rochas de um local novo entrega uma textura refrescante debaixo dos pés, pois as pedras pareciam tão diferentes de um local para outro. E seguir aquele caminho, fez Juliana repensar e acalmar-se. Talvez a mulher precisava mesmo de algum tempo afastada dela para pensar na discussão que ambas haviam tido.


Estava sim, muito ansiosa para receber seu troféu, mas o seu Cyclizar podia esperar um pouquito. E na caminhada, abrandou o passo. Encarou o mar e a luz da lua embatendo em suas águas, tornando-as brilhantes até o horizonte.


Depois lembrou-se de consultar o Rotom Phone, talvez a mãe lhe tivesse mandado alguma mensagem avisando sobre sua retirada. Enquanto caminhava rumo a casa, o que Juliana não esperava era que Nemona já lhe enchesse o Rotom Phone com mensagens excêntricas.


Mulher!


Vamos!


Combater Outra Vez QUANDO?????


ME RESPONDE?


PORQUE NÃO ME RESPONDES?


AINDA SOMOS AMIGAS?


NA NOSSA PRÓXIMA BATALHA!


Eu vou TE BATER MUITO POR ME TERES ENGANADO!


Quando vamos combater??????


Queres combater ou não?


Por favor, diz alguma coisaaaaaaaa!!!



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  1. Esse capítulo é muito marcante pelo simples fato de que a batalha contra a Nemona acaba cumprindo um papel muito além de um simples desafio de treinador iniciante pra Juliana. Ela acaba servindo como um pretexto pra que ela e a Haruka comecem a reparar os danos da briga no capítulo anterior.

    A Haruka passando sua experiência como treinadora pra Juli, mas ao mesmo tempo sem entregar tudo de bandeja, incentivando a filha a encontrar as respostas por conta própria pra poder se habituar a isso, já que lá na jornada dela a menina vai ter que resolver os problemas sozinha.

    Mas como a nossa querida protagonista é a rainha do cringe, ela tinha que cagar tudo pra variar! kkkkkkkkkkk Que ideia de bosta de ficar se fazendo de vítima pra conseguir arrancar a vitória da Nemona, hein? Minha filha, isso aí na Liga não vai funcionar. Não vai funcionar nem contra outros treinadores comuns! O mundo real te engole! Dessa vez eu posso dizer que a língua solta dela a salvou, pelo menos a longo prazo...

    Ótimo capítulo, como sempre!

    Até a próxima! õ/

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    1. Nossa pobre menina Juliana ainda tem muito que aprender nesta vida... Pobre Nemona, que amiga esquisitona que foi arranjar! Nemona, para a próxima dá um soco com mais força na Juliana! Ela não é santa nenhuma e quanta mais porrada ela levar, melhor!

      Pelo menos os planos dela foram descobertos a tempo e o pobre Tamar suportou o modo supremo de raiva da Nemona sozinho. Nosso crocodilo favorito é o verdadeiro herói desta história.

      MUITO Obrigado por ler mais uma vez!

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