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    Todos os artistas tem o seu momento de fama. Outros seguem o fluxo dos aplausos, e muitos sofrem com as quedas. Outrora sua mãe dizia que qualquer um era merecedor de qualquer que fosse o tipo de redenção, mas ele não acreditava mais nisso.

    O malabarista nunca mais se esquecera do incidente.

    Maldita hora que inventou de brincar com fogo em palco à medida que o publico gritava por seu nome, fazendo as chamas se expandirem e cercarem toda a tenda. A estrutura não tardou a ceder, mergulhando milhares e milhares de pessoas num escaldante sofrimento.

    Umas ficaram gravemente feridas, a maioria não sobreviveu.

    Sua família nunca mais olhara para ele da mesma maneira, e sempre o encararam com uma expressão fragmentada, tanto fragmentada que lembrava todas as cinzas do grande incendio.

    Suspirou, e engoliu a seco, inundado por um grande pesar no coração. Fora o culpado por estragar a vida a tantas pessoas inocentes que só queria fugir das suas tristes rotinas com um pouco de diversão assistida em circo.

 Nunca se iria perdoar.